sábado, 19 de maio de 2007

A Seca e o Inverno









Na seca inclemente no nosso Nordeste
O sol é mais quente e o céu, mais azul
E o povo se achando sem chão e sem veste
Viaja à procura das terras do Sul


Porém quando chove tudo é riso e festa
O campo e a floresta prometem fartura
Escutam-se as notas alegres e graves
Dos cantos das aves louvando a natura

Alegre esvoaça e gargalha o jacu
Apita a nambu e geme a juriti
E a brisa farfalha por entre os verdores
Beijando os primores do meu Cariri

De noite notamos as graças eternas
Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes
Na copa da mata os ramos embalam
E as flores exalam suaves perfumes

Se o dia desponta vem nova alegria
A gente aprecia o mais lindo compasso
Além do balido das lindas ovelhas
Enxames de abelhas zumbindo no espaço

E o forte caboclo da sua palhoça
No rumo da roça de marcha apressada
Vai cheio de vida sorrindo e contente
Lançar a semente na terra molhada

Das mãos deste bravo caboclo roceiro
Fiel prazenteiro modesto e feliz
É que o ouro branco sai para o processo
Fazer o progresso do nosso país

Cordel de Patativa do Assaré,
ilustrado por Joana Lira

Retirado da revista Nova Escola - Edição Especial: Contos para Crianças e Adolescentes - Vol.1



Cordel

O que é Literatura de Cordel??

A literatura de cordel é um tipo de poesia narrativa popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola.



Existem rimas feitas de improviso que se assemelham aos poemas de cordel, porém aí já ganham outra conotação: a embolada e outros repentes são exemplos. .............................................................................................................................. Ele tem uma importância muito grande para a nossa cultura, pois estimula o dom natural daqueles que fazem rimas populares. .................................................................................................................................

Para uma poesia ser considerada Literatura de Cordel, as características fundamentais são simplicidade, através do uso de termos compreensíveis, sem
necessariamente compor um texto forçado; relato, considerando que a poesia de cordel deve conter uma história; e rima, dentro daqueles estilos tradicionais.

"O cordel veio da Europa

no fim do século passado

no Nordeste do Brasil

ele foi bem implantado

e os poetas conseguiram

com ele bom resultado. "

José Francisco Borges

Fontes:

Site - Poemas de Cordel
Wikipédia

Se a terra não existisse, a gente pisava onde?

Tênis é de lona e borracha. Cueca é de pano e elástico. Caderno é de arame e folha de papel. Televisão é de plástico com uma antena em cima e uma tela na frente.

Casa é feita de telhado, parede, piso, porta e janela. Vaca é de couro, chifre e quatro tetas pingando leite. Cachorro é um ônibus peludo cheio de pulgas. Ser humano é feito de carne, osso, coração e idéias na cabeça.

E o mundo em que vivemos?
O mundo é um monte de terra cercada de água por todos os lados.

A água é o mar, o rio, o lago, a chuva, a poça, a lágrima e o cuspe.

A terra é a terra mesmo.
Tem gente que pensa que terra só serve para cavar buraco no chão, para ser hotel de minhoca, para enfiar poste de luz ou então para sujar o pé de lama em dia de chuva, mas não é nada disso.

Se não fosse a terra, a gente pisava onde?
Se não fosse a terra, a gente construía nossa casa onde?
E as cidades? E as estradas? E os campinhos de futebol?
Sem a terra a gente não ia jogar bola nunca mais!

Uma vez eu tive um sonho. Sonhei que estava dormindo com vontade de fazer xixi. Continuei sonhando e pulei da cama. Pobre de mim! Quando pisei no chão, descobri que naquele sonho não existia chão. Lá fui eu caindo, despencando, voando, esvoaçando. O mundo ali era um lugar sem terra, por isso tudo vivia boiando no ar. Saí do quarto, fui voejando, passei pela sala cheia de cadeiras, móveis e mesas voando e cheguei no banheiro. Lá dentro, o chuveiro, a pia e a privada pareciam umas coisas brancas flutuando no espaço. Fui tentar fazer xixi, mas a privada não parava quieta. A vontade apertava cada vez mais. Tentei fazer pontaria, caprichei na mira, mas não deu. No fim, o sonho acabou. Acordei todo molhado com meu irmão, lá embaixo, gritando socorro. Acontece que a gente dorme em cama beliche, eu em cima e ele embaixo. Meu irmão me xingou de tudo quanto foi nome. Expliquei a ele que se não fosse a terra firme o beliche estaria voando e aí, sim, ia ser muito pior.

Pensando bem, a terra é a coisa mais importante do mundo em que vivemos. Ela é o solo, o chão, a gleba, o piso, o porto, o lugar onde a gente fica em pé e constrói a vida.
Para falar a verdade, a terra é uma espécie de mãe. A mãe de todos nós.

De onde vêm as árvores para dar sombra e segurança?
Da terra.
De onde vêm as frutas para a gente chupar? Da terra.
De onde vem a nascente do rio? E a flor? E o passarinho?
E a onça? E a tartaruga? E a borboleta? E o macaco? E o besourinho? E todos os bichos do mundo inteiro menos os peixes e as estrelas-do-mar?

Sem a terra, não ia ter nem milho, laranja, caqui, jabuticaba, banana, pêra, uva, cacau, pitanga, mexerica, romã, maçã, abacate, melancia, abacaxi, nem amendoim nem nada. O mundo ia ser só um monte de coisa nenhuma cercado de água para todos os lados.

Mas a terra tem seus truques. Ela não gosta de ser maltratada, não senhor!
Quando fazem queimadas ou destroem o mato ou enchem o chão de lixo e porcaria a terra fica triste vira deserto, corpo árido, seco, estéril, que não dá mais nada.

Ela, que era generosa, formosa, úmida, florida, risonha, fofa, macia, fértil, cheia de sombra, cheia de perfume, cheia de riachinhos, borboletas, besourinhos, bichinhos e bichões, de repente fica tão dura e rachada que só consegue inventar pó, areia e desolação.

Se a terra fosse um deserto ia ter chão, mas como a gente ia ficar?


Conto de Ricardo Azevedo, (extraído do livro Você Me Chamou de Feio, Sou Feio mas Sou Dengoso, publicado pela Fundação Cargill)
Ilustrado por Roger Mello


Retirado da revista Nova Escola - Edição Especial: Contos para Crianças e Adolescentes - Vol.1


Recado Fantasma


Tudo começou quando nos mudamos para aquela casa. Era um antigo sobrado, com uma grande varanda envidraçada e um jardim. Eu me sentia tão feliz em morar num lugar espaçoso como aquele, que nem dei atenção aos comentários dos vizinhos, com quem fui fazendo amizade. Eles diziam que a casa era mal-assombrada. Alguns afirmavam ouvir alguém cantando por lá às sextas-feiras.

– Deve ser coisa de fantasma! – falavam.
– Se existe, nunca vi! – E então contava a eles que as casas antigas, como aquela, com revestimentos e assoalho de madeira, estalam por causa das mudanças de temperatura. Isso é um fenômeno natural, conforme meu pai havia me explicado. Mas meus amigos não se convenciam facilmente. Apostavam que mais dia menos dia eu levaria o maior susto.

Certa noite, três anos atrás, aconteceu algo impressionante. Meus pais haviam saído e eu fiquei em casa com minha irmã, Beth. Depois do jantar, fui para o quarto montar um quebra-cabeça de 500 peças, desses bem difíceis.

Faltava um quarto para a meia-noite. Eu andava à procura de uma peça para terminar a metade do cenário quando senti um ar gelado bem perto de mim. As peças espalhadas pelo chão começaram a tremer. Vi, arrepiado, cinco delas flutuarem e depois se encaixarem bem no lugar certo. Fiquei tão assustado que nem consegui me mexer. Só quando tive a impressão de ouvir passos se afastando é que pude gritar e sair correndo escada abaixo. Minha irmã tentou me acalmar, dizendo que tudo não passava de imaginação, mas eu insisti e implorei que ela viesse até o quarto comigo. Uma segunda surpresa me esperava: o quebra-cabeça estava montado, formando a imagem de uma casa com um jardim bem florido. No entanto, meu jogo formava o cenário de uma guerra espacial, eu tinha certeza!

No dia seguinte, fui até a biblioteca pesquisar o tema. Eu e Beth encontramos dúzias de livros que tratavam de fatos extraordinários e aparições. E a explicação para eventos desse tipo foi a seguinte:
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Hoje minha casa tem o jardim mais bonito da rua. Centenas de lindas margaridas brancas florescem a maior parte do ano (para total espanto da vizinhança). O fantasma? Nunca mais vi. Decerto passeia feliz pelo jardim, nas noites de lua cheia.


*Espaço reservado para a imaginação da turminha.


Conto de Flavia Muniz,
ilustrado por Rogério Nunes



Retirado da revista Nova Escola - Edição Especial: Contos para Crianças e Adolescentes - Vol.1

O Hábito da Leitura






Ilustração de Ivanerix

A leitura tem uma função muito importante no desenvolvimento infantil e deve ser feita diariamente. O hábito de leitura deve ser criado muito cedo. As crianças devem conviver com os livros antes mesmo de aprender a ler, ainda bebês. Nesta fase, poderão fazer parte do baú de brinquedos os livros de pano.
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Quando a criança ainda não sabe ler sozinha, é o adulto quem deve fazê-la . Ao ler em voz alta, estamos motivando e mostrando à criança que consideramos esta prática importante e benéfica.
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Estratégias durante a leitura também ajudam a prender a atenção das crianças e torná-la prazerosa, como mudar a voz, fazer clima de suspense, etc.
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A rotina da leitura também não deve ser desprezada, pode-se escolher um local e um horário para fazê-la e criar o hábito.
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É importante ressaltar ainda, que não devemos limitar a leitura feita com as criaças à textos narrativos e sim, apresentar diferentes gêneros textuais (como poesias, contos de fada, cartas, bilhetes, receitas culinárias, reportagens jornalísticas, piadas, histórias, convites, etc) e diferentes portadores textuais (como livros, revistas, gibis, jornais, etc).
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É tarefa dos pais e professores fazer com que as crianças tenham, ao alcance da mão, livros de boa qualidade, de maneira que possam se acostumar à boa literatura. Uma vez que a criança tenha desenvolvido o interesse pela leitura, é pouco provável que o perca, especialmente se tiver adquirido desde cedo o hábito de ler. Embora desenvolva outros interesses e algumas vezes não tenha muito tempo para ler, cedo ou tarde a criança retomará o hábito da leitura.

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É importante que os pais participem com as crianças e, principalmente, que lhes dêem o exemplo. As crianças cujos pais lêem certamente também o farão. Uma boa idéia é dar livros de presente no Natal e nos aniversários e possuir uma biblioteca aberta a todos os membros da família. Há uma grande diferença entre ler porque a leitura é obrigatória para o estudo e ler por prazer ou educação. É importante estimular a leitura na criança como uma experiência valiosa e prazerosa. Isso será uma grande fonte de satisfação tanto para as crianças quanto para os adultos que as acompanharem nesta aventura.
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sexta-feira, 11 de maio de 2007

Marcas de Dedos

Agora deixo o versinho e a capa do cartão que fiz com as crianças para o
Dia das Mães.


Marcas de Dedos

Às vezes, você se aborrece
Porque ainda sou criancinha
E sempre deixo marcas de dedos
Nos móveis da casa inteirinha.


Mas estou crescendo dia a dia
E logo adulto vou ser
E essas marcas de dedos
Vão todas desaparecer.


Agora deixo uma marca bem especial
Pra você nunca esquecer
Como eram meus dedinhos
Antes de eu crescer.


Para você mamãe, com todo o meu carinho!!


Autor Desconhecido

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Ensaiei uma música para homenagear as Mães (na verdade duas, porque tenho uma turma em cada período).
Para a turma da manhã, composta por crianças de 2 anos e meio à 3, eu ensaiei a música Mamãe me Faz um Cafuné - Trem da Alegria, e para a turma da tarde, composta por crianças de 3 à 4 anos, ensaiei a músicas Eu Amo Você - Coleção Calendário Criança Feliz. Vou deixar o link para download das músicas para quem quiser baixá-las.

Mamãe Me Faz Um Cafuné

Eu Amo Você

Dias das Mães

Fiquei como louca procurando uma poesia do Sérgio Capparelli para fazer o cartão de Dia das Mães com meus alunos. Algumas amigas do Orkut até tentaram me ajudar, mas depois acabei conseguindo achar sozinha. A poesia se chama "Mãe", e eu já tinha até bolado como ia fazer o cartão com as crianças e como seria a frente deste cartão. No fim das contas, acabei mudando de idéia e coloquei no cartão um versinho chamado "Marcas de Dedos" (autor desconhecido).


Mãe

De patins, de bicicleta

de carro, moto, avião

nas asas da borboleta

e nos olhos do gavião

de barco, de velocípedes

a cavalo num trovão

nas cores do arco-íris

no rugido de um leão

na graça de um golfinho

e no germinar do grão

teu nome eu trago, mãe,

na palma da minha mão.


Sérgio Capparelli

Vou deixar aqui o link de uma das pastas do meu Disco Virtual com músicas para download reunidas e organizadas por mim, referentes às Datas Comemorativas. São músicas que eu acredito que possam ser úteis tanto no trabalho do dia-a-dia, quanto para as homenagens e apresentações que fazemos nas escolas.

Se quiser visualizar o meu DV com mais de 70 músicas para a homenagem de DIA DAS MÃES, clique ==► AQUI .

É só escolher as músicas que quiser baixar e começar o download.

sábado, 5 de maio de 2007

Tatu

♦ - Alô, o tatu taí?
- Não, o tatu num tá. Mas a mulher do tatu tando é o mesmo que o tatu tá.










=> Clique na imagem para vê-la ampliada.


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Trava Língua

Trava língua é uma brincadeira em que um conjunto de palavras formam uma frase bem complicada de repetir porque o som é muito parecido.

Além de aperfeiçoar a pronúncia, o trava língua serve para você se divertir com os amigos pois são muito engraçados.

Aqui estão alguns para você começar a praticar e ficar craque na brincadeira do trava língua.


Sabiá

♦ Sabia que a mãe do sabiá sabia que sabiá sabia assobiar?



Sabiá (Variação)

♦ Sabia que o sabiá sabia assobiar?



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